quarta-feira, 4 de maio de 2011

Ser professor é gostar do outro

A princípio não entendi a afirmação de Juvany “Ser professor é gostar do outro ”, mas ao ler a história de sua vida entendi o quanto gostar  do outro foi a barse para a sua formação. Juvany Viana só estudou até o oitavo ano, mas isso não a impediu de evitar  que as crianças da localidade Vale do Iguape crescessem analfabetas como a maioria dos adultos da localidade.
Em toda a entrevista percebi o quanto ela sabia da importância de ensinar as crianças mesmo sem concluir os estudos, porém fiquei surpresa quando Alessandra, uma das pessoas que participou da entrevista à Juvany lhe perguntou: “- Eu quero perguntar ainda sobre essa questão do professor leigo, como é que entra o Pró - Formação na sua vida? E Juvany ao responder explicou como funcionava o Pro – Formação, falou de suas dificuldades principalmente com a disciplina Matemática e terminou afirmando: “- (...) Agora, no quarto módulo, eu tive que fazer recuperação paralela, mas para mim é uma satisfação, porque, pelo menos, antes de morrer, eu vou conseguir aquilo que eu quero: ser uma professora.
Fiquei surpresa porque ao contar a história de sua vida Juvany demonstrou ter preocupação e dedicação de professora ao tentar impedir a qualquer custo que as crianças crescessem analfabetas. Creio que por ela não ter formação acadêmica terminou assumindo uma postura de mãe, como ela mesma afirmou ao responder a pergunta do professor Nelson Pretto ( página 90) “ – A senhora hoje está dando uma aula em uma escola que forma professor. O que é ser um bom professor? Aqui todo mundo ou é ou será professor. Nessa sua aula de hoje, como a senhora diria o que é ser um bom professor? ”
“- Eu acho que ser um bom professor é ser um bom amigo, ter uma boa compreensão, saber amar, ter uma freqüência de carinho. Um professor se considera um pai, quer dizer, eu me considero uma mãe dos meus alunos a partir do momento em que eles chegam na sala. Ser um bom professor é ser compreensivo, é saber amar.”
Ao responder a pergunta do professor Nelson Pretto a professora Juvany Viana demonstrou que em alguns momentos a necessidade das pessoas do lugar exigem que a professora ou o professor faça mais que ensinar aos alunos e alunas, mas para que isso aconteça é preciso amar ao próximo como ela ama os seus alunos e alunas,e foi graças a esse amor e dedicação que Juvany mesmo sem formação acadêmica se tornou professora, pois o desejo de ajudar as crianças do Vale do Iguape fez com que ela construísse e assumisse com todas as dificuldades a escola e se responsabilizasse pela educação das crianças, mudando o seu destino de trabalhar na roça e o destino das crianças de crescerem analfabetas.