Os Baniwa e os Coripaco são etnias indígenas que falam línguas da família Aruak, elas ocupam toda a bacia do rio Içana e seus afluentes distribuídos em noventa e seis comunidades ribeirinhas, totalizando cinco mil quinhentos e cinco pessoas, as etnias também estão presentes nos municípios de São Gabriel da Cachoeira, Santa Isabel do Rio Negro e Barcelos no estado do Amazonas do lado brasileiro. Os Baniwa e os Coripaco também habitam do lado da Venezuela e da Colômbia nas região dos rios Inírida e Guainía; alcançando uma população aproximada de nove mil pessoas na fronteira com o Brasil.
As etnias Baniwa e Coripaco assim como todos os povos indígenas viveram a realidade da implantação de escolas fundamentadas na cultura não indígena com currículos eurocêntricos fomentadores de uma educação excludente cujo objetivo era a aculturação das etnias indígenas. Nessas escolas a administração e o(a)s professore(a)s eram todo(a)s não indígenas que não falavam a língua das etnias, nesse período as escola das região do Içana só aceitavam aluno(a)s até o 5º ano, caso o(a)s indígenas desejassem continuar os estudos teriam que ir a cidade de São Gabriel da Cachoeira ou até mesmo Manaus porque o ensino Fundamental II e o Ensino Médio só eram oferecidos nos distritos missionários salesianos dessa localidades.
Em 1996, na região do Içava através da Organização Indígena da Bacia do Içana (OIBI) foram realizados grandes encontros sobre o tema da educação, nos quais as etnias Baniwa e Coripaco discutiram os objetivos da escola, sua metodologia, organização e funcionamento. Dessas discussões e do movimento articulado de professore(a)s indígenas aliado(a)s ao movimento surgiram as escolas indígenas diferenciadas denominadas escolas-piloto indígenas.
São denominadas escolas-piloto por se tratarem de experiências inovadoras de iniciativa não-governamental, ou seja, das próprias comunidades indígenas e de suas assessorias. As experiências ainda são em pequeno número, mas estão hoje espalhadas por todo o território brasileiro. Essas escolas são as primeiras que levam em consideração a ideia central da educação escolar indígena diferenciada: a de pensar e praticar os processos político-pedagógicos a partir das realidades sócio históricas dos distintos povos. São, portanto, escolas com projetos políticos-pedagógicos próprios, capazes de atenderem às necessidades das comunidades específicas e com autonomia na gestão administrativa, política e pedagógica. As escolas indígenas diferenciadas pautam suas ações e estratégias de transmissão, produção e reprodução de conhecimentos na proposta de possibilitar às coletividades indígenas a recuperação de suas memórias históricas, a reafirmação de suas identidades étnicas, a valorização de suas línguas, tradições e ciências, a defesa de seus territórios e outros direitos básicos, além de lhes dar acesso adequado às informações e aos conhecimentos técnicos e científicos da sociedade global, necessários à garantia e à melhoria da vida pós-contato (BANIWA, 2006, p. 158,159).
Na Escola Pamáali um exemplo de escola-piloto indígenas o(a)s jovens Baniwa tem acesso as novas tecnologias, a inclusão digital é uma das prioridades da Escola porque acreditam que através das novas tecnologias o(a)s jovens Baniwa tem ao acesso ao conhecimento do mundo globalizado.
Aluno(a)s Baniwa e Coripaco conectado(a)s com o mundo, através da internet (wi-fi na Pamáali)
BANIWA, Gersem dos Santos Luciano. O Índio Brasileiro: o que você precisa saber sobre os povos indígenas no Brasil de hoje: Ministério da Educação. Brasília, 2006