Tabuleiro Digital: Uma Experiência de Inclusão Digital em Ambiente Educacional é o título de um dos capítulos do livro Inclusão digital Polêmicas Contemporânea que é o segundo volume de uma coleção organizada pelo grupo de pesquisa Educação, Comunicação e Tecnologias (GEC), da Faculdade de Educação da Universidade Federal da Bahia (Faced / UFBA).
O capítulo trata da relevância da cultura digital na
formação do(a)s professo(a)s através das experiências desenvolvidas com
determinadas ações como a adoção de softwares
livres nas universidades, a educação a distância (EAD) com a
intensificação do uso de ambiente livres a exemplo do Moodle, o envolvimento de
universidades com o programa Cultura Viva do Ministério da Cultura
através do desenvolvimento de projetos de Pontos e Pontões de Cultura.
Tendo como principal objeto de pesquisa o Tabuleiro Digital.
O Tabuleiro Digital é um projeto implantado em
2004 com o objetivo de favorecer a universalização do acesso às tecnologias da
informação, através da oferta de terminais de acesso público e livre à
computadores conectados à internet, objetivando, assim, a leitura/escrita de
e-mails e navegação na internet. (PRETTO; SAMPAIO; ROCHA, 2004,167).
Ao contrário do que
muitas pessoas pensam o Tabuleiro Digital não foi implantado apenas na
Faculdade de Educação (FACED) foi implantado também no município de Irecê
incorporado ao chamado Espaço UFBA e parte de um projeto maior de atuação da
Faced no município; e no bairro de Pirajá, em Salvador, numa parceria com o
projeto Onda Solidária de Inclusão Digital, coordenado pela professora Débora
Abdalla.
O Projeto foi nomeado de
“Tabuleiro Digital” inspirado nos tabuleiros das baianas de acarajé, por isso a
sua principal característica é o seu desenho arquitetônico e o uso intensivo de
software livre a partir de unidades removíveis, sem o uso de discos
rígidos internos, sendo dispostos em dois, quatro ou seis computadores em um
móvel. O móvel foi desenhado por Eduardo Rosseti que na época era mestrando de
arquitetura, ele buscou unir ao projeto inclusão digital elementos da cultura
local. Sendo assim havia a intenção de dar ao Tabuleiro Digital uma
característica presente nos tabuleiros das baianas de acarajé que é a presença
das pessoas ao seu redor, pois o mesmo no lugar onde chega tem a capacidade de
mudar a estrutura do espaço atraindo o interesse das pessoas.
O Tabuleiro Digital
possuía regras as quais não buscavam determinar o que as pessoas deveriam
acessar, mas sim o tempo disponível de uso a cada pessoa para que todas
pudessem fazer uso das máquinas o fato de não determinar o que as pessoas
podiam acessar causou polêmicas, porque muitas pessoas da comunidade
acadêmica não entendiam os jogos como atividade importante para o
desenvolvimento das crianças e adolescentes.
.
Ao ler este capítulo me
lembrei de quando cheguei a FACED e o Tabuleiro Digital já estava em
infelizmente acabando e mesmo assim com um equipamento precário e obsoleto
ainda havia nos halls de todos os andares crianças e adolescentes das
comunidades vizinhas utilizando os computadores do Tabuleiro Digital, percebi
pelos comentários de alguns aluno(a)s tanto de semestre anteriores como da
turma da qual eu faço parte certa rejeição, que estava envolvida por muito
preconceito em aceitar a presença de pessoas que não faziam parte do mundo
acadêmico, pois este(a)s acreditavam que o Projeto só deveria ser para o(a)s
aluno(a)s da unidade (FACED), em seu egoísmo não percebiam que eram apenas
crianças e adolescentes que não tinham computador em casa e que utilizavam o
espaço do Tabuleiro como momento de lazer e a única forma de se INCLUIR
SOCIALMENTE.
Tabuleiro Digital: Uma Experiência de Inclusão Digital em Ambiente Educacional
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